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Especialistas debatem potenciais usos e limites do ChatGPT

A partir desta segunda-feira (27), Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação pretende propor caminhos para uma avaliação crítica da ferramenta

24/03/2023 às 11h15
Por: Redação Fonte: Secom Estado de São Paulo
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Foto: Reprodução/Secom Estado de São Paulo
Foto: Reprodução/Secom Estado de São Paulo

A temporada de 2023 do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação terá início na próxima segunda-feira (27). O evento pretende propor caminhos para uma avaliação crítica do ChatGPT, ferramenta de inteligência artificial que vem gerando impacto em nível global.

Capaz de criar textos complexos a partir das informações disponíveis na internet, o sistema tem chamado a atenção não apenas pela sua habilidade de articular palavras e frases de maneira coerente, mas também pelos erros e inverdades que produz. As facilidades e os riscos que a ferramenta conversacional oferece justificam o interesse da comunidade científica e a mobilização dos mais diversos setores da sociedade.

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Para debater as questões de fundo que envolvem essa tecnologia estarão reunidos os cientistas Dora Kaufman, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), João Paulo Papa, da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (FC-Unesp), Marcelo Finger, do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP), e Frederico Bortolato, do Departamento de Inovação e Tecnologia da Informação da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Carlos Américo Pacheco, presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, será o moderador do debate.

O tema ética e regulação abrirá o encontro. Dora Kaufman, do Programa de Tecnologias da Inteligência e Design Digital da Faculdade de Ciências e Tecnologia da PUC de São Paulo e pesquisadora dos impactos sociais e éticos da inteligência artificial, tem olhado com atenção para como outros países estão se movendo e defende a urgência de criar critérios de governança e diretrizes nessa área por uma razão óbvia.

“A diferença [do ChatGPT] em relação aos modelos de IA preditiva é que a interface é fácil, simples e multifuncional. Por isso, foi adotado em larga escala por usuários leigos de imediato.” Frederico Bortolato, da Alesp, pretende contribuir abordando questões éticas e implicações políticas do uso da inteligência artificial.

O segundo bloco tratará dos limites da tecnologia. Há uma grande preocupação sobre o quanto ela pode contribuir para o aumento da desinformação e as consequências disso para a sociedade. Pontos sensíveis também são detectados nos usos inadequados da ferramenta, além da produção de textos falsos ou com erros no seu conteúdo.

Marcelo Finger, que coordena o grupo de processamento de linguagem natural em português no Centro de Inteligência Artificial (C4AI) – um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e IBM na USP –, destaca que o ChatGPT opera pelo reconhecimento estatístico de um padrão e que essa condição lhe dá mais poder do que se pode imaginar.

O sistema não tem compromisso com a verdade e padece de “alucinações” em decorrência de um problema estatístico que conduz ao erro. Mas ele ressalta que a inteligência está, na maior parte das vezes, nos olhos do observador. “Atribuir a um programa propriedades que ele não possui é uma das fontes de seu mau uso. A exploração de bons usos de uma nova tecnologia deve evitar problemas já conhecidos.”

O professor associado do Departamento de Computação da Unesp em Bauru João Paulo Papa diz ser evidente que o ChatGPT foi um grande avanço tecnológico. “Mas cabe, ainda, às pessoas decidirem o que é verdade e o que não é.”

O futuro da tecnologia será tema do terceiro bloco. Mesmo que ainda seja impossível prever o impacto do uso dos chatbots na vida cultural e política dos países, já se anunciam investimentos que vão levar ao desenvolvimento dessa tecnologia e que estimularão o seu uso por empresas, governos e pelas pessoas individualmente. Novos negócios, produtos e serviços que deles serão derivados também começam a ser anunciados por startups.

Promovido pelo Instituto do Legislativo Paulista (ILP) em parceria com a FAPESP, o evento é dirigido a legisladores, gestores públicos e demais interessados. A transmissão será entre 15h e 17h15, pelo canal da Alesp no YouTube.

Para se inscrever acesse: www.al.sp.gov.br/ilp/cursos-eventos/.

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