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Coletivo o bonde estreia “Desfazenda” e reafirma o poder transformador do teatro negro

Com direção de Roberta Estrela D'Alva e dramaturgia de Lucas Moura, novo espetáculo mergulha nas narrativas afro-diaspóricas e celebra a arte como resistência e renascimento.

16/04/2025 às 15h15
Por: Edera Novelli
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Coletivo o bonde estreia “Desfazenda” e reafirma o poder transformador do teatro negro

O coletivo O Bonde, uma das vozes mais contundentes e inovadoras do teatro paulistano, está prestes a estrear sua mais nova criação: “Desfazenda – Me enterrem fora desse lugar”, uma obra que transcende os limites do palco para se afirmar como um manifesto poético e político. Sob a direção de Roberta Estrela D’Alva e texto de Lucas Moura, o espetáculo entrelaça performance, música e poesia para contar – e recontar – experiências negras e periféricas com a sensibilidade e a força que já são marcas registradas do grupo.

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Teatro como Território de Memória e Futuro

Formado em 2017, O Bonde nasce de um encontro potente entre artistas negros e periféricos oriundos da Escola Livre de Teatro de Santo André. Ailton Barros, Filipe Celestino, Jhonny Salaberg e Marina Esteves compõem o núcleo criativo do grupo, que investe na palavra como ato de resistência e na coletividade como força motriz de transformação. Em “Desfazenda”, o coletivo aprofunda sua investigação artística sobre ancestralidade, território e pertencimento, propondo uma jornada cênica que se constrói na colisão entre o passado e o porvir.

A participação de Grace Passô e Negra Rosa, que dão voz às figuras simbólicas da Mãe e da Criança, traz uma dimensão arquetípica e afetiva à narrativa, evocando memórias coletivas e abrindo espaço para o sonho e a cura.

Uma Experiência Sensorial e Estética

A proposta estética de “Desfazenda” é resultado de um trabalho cuidadoso e colaborativo. Os figurinos e a cenografia assinados por Ailton Barros, com desenvolvimento de Leonardo Carvalho, dialogam com a materialidade do território e a espiritualidade que permeia a peça. A iluminação, desenhada por Matheus Brant e Matheus Espessoto, cria atmosferas que oscilam entre o onírico e o brutal, enquanto a sonoridade, sob responsabilidade de Hugo Bispo, é pontuada por beats, tambores e silêncios que falam alto.

A direção musical de Dani Nega e da própria Roberta Estrela D’Alva completa essa constelação de talentos, costurando ritmos e vozes que intensificam a experiência sensorial e emocional do público.

Cena Quente: Corpo, Voz e Presença

“Desfazenda” é uma obra forjada na partilha e na coragem. Ao colocar no centro do palco as subjetividades negras, o coletivo O Bonde reafirma seu compromisso com um teatro que pensa com o corpo, sente com a voz e age com o coração. Cada cena é construída como um campo de tensão e afeto, onde as fronteiras entre o real e o simbólico se dissolvem.

Para O Bonde, a chamada "cena quente" é aquela que reverbera além do teatro – e “Desfazenda” é, sem dúvida, uma dessas criações que incendeiam o imaginário e abrem espaço para novas possibilidades de existir e resistir.

Sobre o Coletivo

O Bonde é um dos principais expoentes da nova cena teatral negra e periférica em São Paulo. Inspirado por coletivos como Cia Os Crespos, Capulanas Cia de Arte Negra e Coletivo Negro, o grupo desenvolve uma linguagem própria que combina pesquisa, experimentação e militância artística. Sua trajetória é marcada por uma produção comprometida com a memória e com o futuro, reconfigurando o teatro como território de enunciação e liberdade.

“Desfazenda – Me enterrem fora desse lugar” chega como mais um passo firme nessa caminhada – um grito poético que ecoa e transforma.

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